sexta-feira, 25 de julho de 2008

Um dia de sol

A delicadeza dos dias corre suada em calda pelos dias de sol. Ao mexer-me para agarrar o copo gelado as axilas inundam-se. Bebo a limonada e encosto-me para trás. Só luz como água escorre por mim. Suor luz e limonada. Estou felizmente com o meu amor, que anda pela casa de quarto em quarto a arrumar. Estufei um bocado de cabrito com ervilhas presunto e cebolas. Cheira pela casa toda. O meu bebé acordou soltando alguma bem-vinda gritaria. É a hora dele sorver dos seios da mãe a pescada com tomates e coentros que eu fiz ontem ao jantar. E mais o polvo e arroz do almoço. Levanto-me e saio da beira do sol e vou pelo corredor para o quarto onde mama o meu bebé. E lá estão os dois , mãe e filho. Dou um beijo a cada um e volto para o sol. Está um dia lindo e olho para a cidade do outro lado do rio. Ás vezes quando me encharco de sol tenho a certeza que por não pensar muito, existo melhor.

Ao poente começamos a comer aproveitando o dormitar da cria. Beijo depois de jantar. De língua para limpar resquícios de doce. Cedo virá a noite fresca e a lua. E aqui paro o texto porque o quero solar.

2 comentários:

redonda disse...

Este texto está o máximo! Dá vontade de nos encharcarmos de sol.

Pedro Brandão disse...

Estou agora também ao sol inspirado por este texto, muito bom, como habitualmente.